Eu (ainda) quase te amo [...]

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Eu quis tanto ser teu amor, tua paz, teu aconchego. Reescrevi meus segredos compartilhados com você e meu diário parece que nunca me pertenceu. Eu te queria sem pressa, sem exageros, sem desespero. Talvez fosse diferente se eu tivesse feito cara de cachorrinha sem dono e implorado que ficasse, por perto, pelo menos. Você sempre disse que eu que ia embora, que me afastava de qualquer oportunidade de, finalmente, sermos nós. 


 O peso da culpa, que se apóia em meus ombros e me cansa.

Meu sorriso sempre no automático, disfarçava minha vontade de avançar no teu pescoço e te pedir pra parar. De parar de fingir que não se importava, de que não me queria, de se achar o dono da razão e do mundo sempre que estava errado. De dizer sim aos abraços, aos beijos, aos gostos similares... e de dizer não ao amor. Porque amor não é pra você. Que jeito inteligente de se esquivar de ser feliz a dois. 

 O tempo nos afastou ou nos afastamos com o tempo?  

Confesso que sinto uma saudade absurda de você. E sinto vontade de te ligar, mandar mensagens, e-mails, cartas, pombo-correio ou qualquer sinal de fumaça em formato de coração. De correr aos teus braços e dizer como foram angustiados meus últimos dias. E de dizer que sim. Sim!  Eu te espero numa rodoviária, num terminal, na minha casa, na minha vida. Mas aí eu me controlo, penso e repito a mim mesmo que não é assim. E se foi você quem escolheu ir, não serei eu que pedirei para voltar. 



Então, do momento em que eu tentei não me torturar por sentir tanta saudade (e não saber o que fazer com ela) ao momento em que eu tentei não me culpar por ainda sentir isso, eu aprendi que amar demais enlouquece e sentir muita saudade entristece.  Talvez a gente aprenda a sentir menos, só pra nunca sentir o nada. 

Eu não sei o que (ainda) me liga a você, mas tem gosto de quero mais. Eu não soube viver pela metade, nem de fingir que não via a porta semi-aberta com a sua vontade de fechar por completa. Não soube fazer de conta, nem de brigar quando você perdia nosso tempo precioso pra ver uma partida de futebol, porque eu estava ocupada demais observando seus cabelos emaranhados. Agora não sei mentir que sua ausência não dói. Os dias ensolarados passam como pantones coloridos, o que sei fazer de melhor é fingir. E quando cai a noite, a Lua Nova soa como esperança... de que vai passar. Sempre quase passa todos os dias. 



Escrito por Ana da Mata

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